terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CIRROSE

O que é?

A cirrose é uma doença difusa do fígado, que altera as funções das suas células e dos sistemas de canais biliares e sanguíneos.

É o resultado de diversos processos, entre os quais, a morte de células do fígado e a produção de um tecido fibroso não funcionante. Isto prejudica toda a estrutura e o trabalho do fígado.

Como se adquire e como se desenvolve?

Após períodos variáveis de tempo, indivíduos com inflamações crônicas do fígado estão sujeitos a desenvolverem cirrose.

Não é possível prever quais as pessoas com doença de fígado que terão cirrose.

As causas mais comuns são:

As hepatites crônicas pelos vírus B e C

O alcoolismo.

Outras causas menos comuns são:

As hepatites por medicamentos;

Hepatite Autoimune;

Esteatohepatite não-alcoólica (NASH)

Doenças genéticas (Hemocromatose, Doença de Wilson);

A cirrose biliar primária ou secundária (dificuldade crônica, sem causa definida, do fluxo de bile desde o interior do fígado ou, eventualmente, após cirurgias complicadas da vesícula, das vias biliares ou do fígado).

A cirrose biliar primária ou secundária (dificuldade crônica, sem causa definida, do fluxo de bile desde o interior do fígado ou, eventualmente, após cirurgias complicadas da vesícula, das vias biliares ou do fígado).

Em recém-nascidos, a atresia biliar (uma malformação dos canais que conduzem a bile do fígado ao intestino) é importante causa da rápida instalação de cirrose no bebê, situação curável apenas por transplante hepático.

O que se sente?

A doença se desenvolve lentamente e nada pode ser percebido por muitos anos.

Podem ocorrer sintomas inespecíficos como:

Fraqueza e cansaço;

Perda de peso;

Alterações do sono;

Dores abdominais não localizadas.

Com a evolução, aparecem diversas manifestações que, dependendo do paciente, serão predominantemente de um ou de outro grupo de sintomas.

As alterações relacionadas aos hormônios são:

Perda de interesse sexual;

Impotência;

Esterilidade;

Parada das menstruações;

Aumento das mamas dos homens;

Perda de pelos.

As alterações relacionadas à circulação do sangue no fígado (hipertensão da veia porta) levam a:

Aumento do baço;

Varizes do esôfago e estômago com risco de hemorragias graves (vômito ou fezes com sangue).

Devido à incapacidade do trabalho da célula hepática, acumula-se bile no sangue, surgindo a icterícia (amarelão), que pode estar associada à coceira no corpo.

Muitas outras alterações podem ocorrer, tais como:

Ascite (barriga d'água);

Inchaço nas pernas;

Desnutrição (emagrecimento, atrofia muscular, unhas quebradiças);

Facilidade de sangramento (gengiva, nariz, pele);

Escurecimento da pele.

A Encefalopatia Hepática (EpH) – síndrome com alterações cerebrais decorrentes da má função hepática, produz:

Agitação no comportamento ou sonolência excessiva;

Dificuldade de dormir, de escrever, de falar, de dirigir veículos, de cálculos simples.

Esta EpH tem vários graus e chegando ao coma, pode levar à morte. A encefalopatia pode ocorrer pela progressiva evolução da doença do fígado ou por intercorrências agudas de infecção, sangramento, excesso alimentar de proteínas ou constipação (dificuldade de evacuação).

Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico definitivo de cirrose é feito por biópsia hepática (obtida por punção do fígado com agulha especial) e análise microscópica do material obtido nesse exame. Em muitos casos, quando o paciente chega ao médico, seu quadro é típico da doença e a avaliação complementar mais simples, com a ecografia , a endoscopia digestiva e alguns exames de sangue, é suficiente para estabelecer o diagnóstico clínico.

Quando existe uma história de uso excessivo de bebidas alcoólicas ou exames de sangue positivos para os vírus da hepatite B ou C fica facilitado o diagnóstico da causa da cirrose. Diversos outros exames estão disponíveis para investigação das causas menos comuns de cirrose.

Como se trata?

A suspensão do agente agressor (álcool, drogas) ou a eliminação do vírus da hepatite pode desacelerar ou parar a evolução da doença, evitando as complicações mais graves. Entretanto, a cirrose é um processo irreversível.

Cada uma das complicações da cirrose exige um tratamento específico, geralmente visando o controle de situações agudas como sangramentos, infecções, ascite ou encefalopatia. O transplante de fígado aparece como única opção de cura da doença, alcançando bons resultados. Ainda é um tratamento difícil de ser conseguido pela falta de doadores e pela complexidade da cirurgia.

Como se previne?

A melhor prevenção das cirroses de origem viral é através da vacinação contra Hepatite B e dos rigorosos critérios de controle do sangue usado em transfusões.

O uso de preservativos nas relações sexuais e o uso individualizado de seringas pelos usuários de drogas injetáveis também são fundamentais.

É necessário o tratamento dos portadores das hepatites crônicas B e C, antes que evoluam para cirrose. E nos portadores de cirrose inicial, para prevenir que cheguem a estágios mais avançados.

No caso do álcool, deve-se evitar o seu uso excessivo. É exigida a parada total do seu consumo em indivíduos com hepatite B ou C.

Apesar de apenas uma minoria das pessoas que bebem demais terem cirrose, o risco aumenta proporcionalmente à quantidade e ao tempo de consumo. Sabe-se, também, que doses menores de álcool podem provocar cirrose em mulheres.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

O que posso fazer para a doença não piorar?

Cirrose é um tipo de câncer?

Tenho risco de ter câncer por causa da cirrose?

Eu sou candidato a transplante de fígado?

Devo usar sempre os remédios? E quando acabar a receita?

Essa doença interfere em remédios que estou usando ou que precise usar por outros motivos?

O que posso usar para dor de cabeça ou gripe?

Devo mudar alguma coisa na minha rotina para lidar com a cirrose?

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